Não apaguem a memória
Há uma associação «antifascista» chamada Não Apaguem a Memória; não concordo com algumas das suas ideias e não me revejo na sua linguagem, mas sou totalmente adepto desse conceito: não apaguem a memória. A desmemória é um vírus actuante na nossa civilização. Especialmente a desmemoria histórica. Nessa medida, apoio todas as campanhas que lutam para que as ignomínias sejam lembradas. Acho bem que a PIDE/DGS seja recordada e jamais esquecida. Estive no Terreiro do Paço no dia 1 de Fevereiro, na homenagem à memória de D. Carlos e de D. Luís Filipe, assassinados pela Carbonária fez agora cem anos. E fui esta manhã ao Rossio, à inauguração do Memorial às vítimas do massacre dos judeus, incentivado pelos dominicanos e perpetrado pelos lisboetas em 1506. É de louvar que a Câmara Municipal se tenha associado a estes eventos, e creio que talvez pudesse ter alguma intervenção no caso da polícia política. Não sou judeu, nem «antifascista» (no sentido codificado com que se usa esse termo), e simpatizo pouco com os monárquicos que conheço; não importa: o importante é que não apaguem a memória. É isso que um conservador deseja acima de tudo: que não apaguem a memória.