6.11.08

It doesn't matter if we all die



A canção começa brutalmente: «não importa se morrermos todos». O verbo é forte, e acentuamos todos o verbo «morrer», e toda a gente fica muito agitada com o verbo morrer, como se fosse o único definitivo, e até se trocam telefonemas humanistas de madrugada. No entanto, é preciso ter penado um pouco para saber que nesta frase o acento tónico está em «não importa». Numa escala de gravidade, «morrer» é o mais grave, o que mais chama a atenção. Mas quando se chega ao estado em que se diz «não importa», toda a gravidade já foi excedida, e morrer deixa de ser o verbo decisivo.