Sincerely, L. Cole
Ontem, no concerto de Lloyd Cole, na Aula Magna, eu devia ser dos espectadores mais novos e dos poucos sem filhos. Cole, acompanhado apenas pelo fiel Neil Clark, fez um «best of» acústico (de 1984 até agora), que mostrou o seu catálogo esplêndido: basicamente canções de amor e de maturidade. No primeiro caso, tivemos «Perfect Skin», «Rattlesnakes», «Cut Me Down», «Jennifer She Said», «No Blue Skies», «Butterfly», «Like Lovers Do» ou «No More Love Songs» [yeah, right]. No segundo caso, algumas vinhetas delicadamente sarcásticas, como os temas dos álbuns Music in a Foreign Language (2003) e Antidepressant (2006). O All Music Guide descreve assim este último: «In Cole's thinking, while it's true that an anti-depressant can make you feel better, the simple fact that you need one makes clear the appearance of depression».
Cole, um «esplêndido quarentão», teve a melhor tirada da noite quando disse que via muitos casais na plateia e sabia que um dos membros do casal vai sempre contrariado aos concertos, para acompanhar o outro; e agradeceu aos contrariados por terem ido mesmo assim. Quanto ao mais, já sabíamos que as canções de Lloyd (literatas, irónicas, lascivas ou melancólicas) estão entre o mais consistente que a música popular produziu nas últimas décadas. Esperemos que não sofra a maldição de ficar como um gosto «geracional». Seria muito injusto.
Cole, um «esplêndido quarentão», teve a melhor tirada da noite quando disse que via muitos casais na plateia e sabia que um dos membros do casal vai sempre contrariado aos concertos, para acompanhar o outro; e agradeceu aos contrariados por terem ido mesmo assim. Quanto ao mais, já sabíamos que as canções de Lloyd (literatas, irónicas, lascivas ou melancólicas) estão entre o mais consistente que a música popular produziu nas últimas décadas. Esperemos que não sofra a maldição de ficar como um gosto «geracional». Seria muito injusto.