25.1.07

Gatwick

Não era aquela a nossa porta de embarque, alguém tinha lido mal, e estava na hora, corremos pelos corredores do aeroporto de Gatwick, a porta certa ficava no outro extremo, já não o apanhávamos, estava perdido, o avião, mas corremos, corremos, cheios de sacos, o meu amigo naturalmente mais leve e mais veloz desapareceu num corredor, e eu corri mais cinco ou seis corredores, desajeitado, ofegante, cheio de sacos, e com uma picada nos rins do esforço, já não o apanhava, estava perdido o avião, estava mais que na hora, nos últimos três corredores já não corria, andava, a passo, conformado, arfante, no aeroporto de Gatwick, dando o avião por perdido, impossível de apanhar, pensando o que fazer depois da partida do avião, a passo nos corredores, conformado e exausto e pensando nessa fatal metáfora.