18.4.07

Lament for my cock (Jim Morrison)



Elegia pelo meu caralho
magoado e crucificado
procuro conhecer-te
atingir a mais alta sabedoria
podes derrubar espessos mistérios
num show de nudez

Como comprar a morte num espectáculo matinal
a morte televisiva que o miúdo assimila
o mistério dessa boa morte que me faz escrever
comboio vagaroso a morte do meu caralho dá vida

Perdoa os pobres velhos que nos deram entrada aqui
nos ensinaram deus nas orações nocturnas em criança

Tocador de guitarra
antigo e sábio sátiro
canta a tua ode ao meu caralho

Acaricia o seu lamento
endurece e guia-nos a nós geladas
células perdidas
o conhecimento do cancro
para que nos fale ao coração
e ofereça os grandes dons
palavras poder transe

Este amigo estável e o animal do seu zoo
miúdas de cabelos selvagens
mulheres que florescem nos cumes
monstros de pele suave
cada cor se associa
para criar a embarcação
que embala a corrida
Pode algum inferno ser mais horrível
que este agora
e mais real?

Toquei-lhe na coxa e a morte sorriu
Morte velha amiga
a morte e o meu caralho são o mundo
posso perdoar as minhas feridas em nome de
sabedoria luxo romance

Frase após frase
as palavras são um lamento curativo
porque a morte do espírito do meu caralho
não tem sentido no lume brando
As palavras é que me feriram e me vão curar
se acreditas nisso

Todos juntos agora nesta elegia pela morte do meu caralho
uma torre de conhecimento na noite emplumada
os rapazes ficam malucos e sofrem
eu sacrifico o meu caralho no altar do silêncio



(versão P.M.)