«Isto não é um sistema. É um país»
Die Hard (1988) era um excelente filme de acção, feito por quem sabe como se fazem filmes de acção (John McTiernan). Um disaster movie arraçado de revenge movie, com vilões, explosões e sarcasmos eficazes. Renny Harlin aguentou surpreendentemente bem a ideia em Die Hard 2 (1990), com um aeroporto em vez de um arranha-céus. E o regressado McTiernan fez o possível em Die Hard with a Vengeance (1995), embora a coisa já caísse no formulaico. Chegados a Live Free or Die Hard (2007), dum tal Len Wiseman, a saga está esgotada. As piadas pioraram e a pirotecnia, cada vez mais inverossímil, não impressiona.
No entanto, há uma novidade curiosa: este Die Hard foi o primeiro filme da série feito depois do 11 de Setembro. E o «nine eleven» é aqui omnipresente. O vilão é um sujeito que trabalhava para o governo americano e que detectou algumas falhas de segurança, tendo sido castigado e perseguido pelo seu zelo. Agora, vinga-se com um ataque computorizado em massa, com o intento de desviar electronicamente todos os fundos monetários americanos para um sistema de segurança e depois ficar com o dinheiro. Ele explica que não é um «estrangeiro», que não pretende fazer mal aos Estados Unidos (embora até tenha capangas franceses): ele só quer fazer «the american thing» que é ficar com o dinheiro.
Sentimos agora, como não sentíamos antes, a realidade aflitiva de uma grande capital ocidental atacada em larga escala e com grandes danos. E já que o Super-Homem não salvou os EUA do 11 de Setembro, que o Capitão América faleceu, que Arnie anda entretido a governar a Califórnia e que mesmo Clint Eastwood se tornou meio «liberal», pois bem, agora ficou apenas John McLane (Bruce Willis), que entretanto se tornou amargo mas que continua impossível de matar.
McLane faz sozinho aquilo que os EUA, atacados pela primeira vez no seu território, não conseguiram fazer: dá cabo dos inimigos. E não quer ouvir lamechices ou demagogias esquerdistas. Quando o hacker bonzinho confessa que estava «contra o sistema», o patriota McLane responde: «This is not a system. It's a country». Há algum tempo que não se via uma catarse tão direitolas.
No entanto, há uma novidade curiosa: este Die Hard foi o primeiro filme da série feito depois do 11 de Setembro. E o «nine eleven» é aqui omnipresente. O vilão é um sujeito que trabalhava para o governo americano e que detectou algumas falhas de segurança, tendo sido castigado e perseguido pelo seu zelo. Agora, vinga-se com um ataque computorizado em massa, com o intento de desviar electronicamente todos os fundos monetários americanos para um sistema de segurança e depois ficar com o dinheiro. Ele explica que não é um «estrangeiro», que não pretende fazer mal aos Estados Unidos (embora até tenha capangas franceses): ele só quer fazer «the american thing» que é ficar com o dinheiro.
Sentimos agora, como não sentíamos antes, a realidade aflitiva de uma grande capital ocidental atacada em larga escala e com grandes danos. E já que o Super-Homem não salvou os EUA do 11 de Setembro, que o Capitão América faleceu, que Arnie anda entretido a governar a Califórnia e que mesmo Clint Eastwood se tornou meio «liberal», pois bem, agora ficou apenas John McLane (Bruce Willis), que entretanto se tornou amargo mas que continua impossível de matar.
McLane faz sozinho aquilo que os EUA, atacados pela primeira vez no seu território, não conseguiram fazer: dá cabo dos inimigos. E não quer ouvir lamechices ou demagogias esquerdistas. Quando o hacker bonzinho confessa que estava «contra o sistema», o patriota McLane responde: «This is not a system. It's a country». Há algum tempo que não se via uma catarse tão direitolas.