22.6.07

O autocarro 2

Jay-Jay Johanson é esse achado: um nórdico romântico. O romantismo de Johanson é um romantismo «cool», lancinante nas palavras mas sofisticado nas canções. É uma sofisticação minimalista, meio «crooner» meio electrónica, com umas pinceladas jazzísticas e às vezes umas teclas muito retro, tipo filme francês dos anos 70. No entanto, Johanson nunca é verdadeiramente um cantor de charme (porque canta essencialmente a dor de corno) nem um cantor kitsch (porque não é ingénuo nem irónico). Algo fleumático mas também arrebatado, comunicativo mas reservado, o meu compatriota deu um concerto amável e elegante. Os seus esboços sobre amores que ficaram para trás denotam um sentido trágico da passagem do tempo. Aliás, depois de interpretar uma canção, Jay-Jay conta que a escreveu num autocarro em que viajava todos os dias. O autocarro era o 46. Mas isso foi há muitos anos, explica, e entretanto o autocarro mudou de número. Agora, é o 2.