Nada contra ti pessoalmente
Nikolai Bukharin, um dos principais teóricos marxistas e líderes bolcheviques, dirigiu o Pravda durante 20 anos e foi amigo de Lenin e Stalin. Quando divergiu deste último em matéria de política económica foi posto à margem e mais tarde acusado de traição e julgado num tribunal fantoche. A 10 de Dezembro de 1937 escreve da prisão uma carta pungente e suplicante ao seu «amigo»:
«Não guardo rancor a ninguém, nem estou amargo. Não sou cristão mas tenho os meus truques. E se queres realmente saber, mais do que tudo sinto-me oprimido por um facto que talvez tenhas esquecido: uma vez, provavelmente no Verão de 1928, estava em tua casa e tu disseste-me: “Sabes porque te considero meu amigo? É que tu não és capaz de intrigas, pois não?”. E eu disse: “Não, não sou”».
Bukharin foi executado três meses depois, a 15 de Março de 1938. Stalin garantiu-lhe: a execução não significava «nada contra ti pessoalmente».
«Não guardo rancor a ninguém, nem estou amargo. Não sou cristão mas tenho os meus truques. E se queres realmente saber, mais do que tudo sinto-me oprimido por um facto que talvez tenhas esquecido: uma vez, provavelmente no Verão de 1928, estava em tua casa e tu disseste-me: “Sabes porque te considero meu amigo? É que tu não és capaz de intrigas, pois não?”. E eu disse: “Não, não sou”».
Bukharin foi executado três meses depois, a 15 de Março de 1938. Stalin garantiu-lhe: a execução não significava «nada contra ti pessoalmente».