A verdade não liberta
Sempre me fascinou a frase de São Paulo que diz que a verdade nos liberta. Não tenho nada a certeza de que seja assim. A verdade liberta-nos da mentira, e isso é importante. Mas não chega. Um homem a quem abram as grades da prisão não é necessariamente um homem mais feliz. Talvez o único mundo que ele tivesse fosse a prisão. Mas aceito que em abstracto a liberdade é sempre melhor do que a prisão.
A verdade liberta nesse sentido: torna-nos pessoas livres. Mas a verdade quase nunca nos salva. Talvez a Verdade no sentido teológico, que São Paulo assimila à Ressurreição; mas a «verdade» no sentido comezinho é um tormento. Sofremos mais com a verdade do que com a mentira.
Mas para quem sofreu toda a vida com a mentira, o sofrimento com a verdade é um sofrimento desejável. Um sofrimento que certamente liberta de alguma coisa. Talvez do mundo.
A verdade liberta nesse sentido: torna-nos pessoas livres. Mas a verdade quase nunca nos salva. Talvez a Verdade no sentido teológico, que São Paulo assimila à Ressurreição; mas a «verdade» no sentido comezinho é um tormento. Sofremos mais com a verdade do que com a mentira.
Mas para quem sofreu toda a vida com a mentira, o sofrimento com a verdade é um sofrimento desejável. Um sofrimento que certamente liberta de alguma coisa. Talvez do mundo.