23.9.07

Metabloguismo, for old time's sake (1)

Com a perspicácia conceptual a que nos habituou, o Bruno desmonta uma falácia sobre os blogues «opacos»:

No que a "patrimónios de interesse" diz respeito (diferente de exposição pessoal), a capacidade de fascínio de um(a) blogger também se afere pela vastidão daquilo que deixa fora do assador (para usar a metáfora quinitiana).

Há óbvios casos de low profile e de partilha minimalista (porque há práticas e interesses "culturais" que não se dão à partilha, porque "a minha vida não é isto", porque se preza uma atitude contra-exibicionista) . Há óbvios casos de bluff involuntário (esconde o "jogo" que nunca ninguém verá, e portanto, não se sabe se há jogo escondido).

Há óbvios casos em que o bluff é estudado (continuadamente partilha a existência de mundos que não partilha).

E há, naturalmente, casos de continuada partilha que percebemos incapazes de secar a fonte que corre noutro lugar.


A ideia de que é determinado conteúdo que faz a natureza de um blogue é falsa. As ausências também definem os blogues. Por isso é que todas as teorizações dos blogues feitas por bloguistas são menos teorias que álibis.