Autorismo
Ainda acredito no «autorismo». Não apenas em cineastas que fazem geralmente bons filmes (no meio de outros menos bons), mas em cineastas que têm uma marca pessoal.
Pensei nisso a propósito de Neil Jordan. Jordan tem uma filmografia estimável, de Mona Lisa (1986) a The End of the Affair (1999), e pelo menos um filme notável, The Crying Game (1992). Mas o seu último, The Brave One, é inacreditavelmente anódino. O que me incomodou não foi a a questão da «qualidade» do filme, mas a absoluta ausência de uma marca pessoal. O filme tanto podia ter sido realizado por Neil Jordan como por Jordan Neil. Ou por um colectivo em auto-gestão.
O meu «autorismo» também consiste nisso: prefiro um filme mau realizado por alguém do que um filme mediano realizado por ninguém.