21.10.07

She wants revenge (2)

O álbum de estreia dos She Wants Revenge foi uma agradável surpresa: no meio da vaga de émulos tardios dos Joy Division, pareceu-me um dos discos mais assumidamente oportunistas e no entanto menos «kitsch».

Os dois sujeitos que fazem os She Wants Revenge têm aspecto de jagunços, vêm do «hip hop» e saltaram para a carruagem «revisionista» muito tarde; mas apesar de todos esses defeitos, gravaram um álbum convincente e até emotivo. Baixos ominosos, teclados ameaçadores, sotaque inglês manhoso e muito «doom and gloom».

O segundo álbum é uma decepção. Mais do menos e nenhuma chama. Tem apenas um aspecto curioso: o reincidente universo do duo, cheio de histórias de sexo & tristeza em discotecas de Los Angeles, provavelmente com modelos. Eu que 1) nunca fui a Los Angeles 2) não frequento discotecas e 3) só conheço modelos do messenger, confesso o meu fascínio.

Os She Wants Revenge investigam essa espécie de desvio obsessivo: a obsessão amorosa (frustrada) que se torna obsessão sexual (glamourosa e fetichista). No meio de gente muito «cool», gente muito desolada. É essa sociologia «realista» que me interessa.