Gostei de o ver
Gostei de o ver. Não sei exactamente porquê: nunca fomos amigos nem nada. Mas talvez imaginasse que entretanto tivesse acontecido mais um daqueles acidentes que o perseguiam, desemprego, ejaculação precoce, conflitos quase físicos com o pai, uma experiência homossexual desajeitada, culpabilidade religiosa, quadros que pintava e depois destruía com gasolina.
Talvez imaginasse que estivesse maluco, maluco maluco, gordo dos comprimidos e sempre em clínicas. Talvez imaginei que se tivesse matado.
E gostei de o ver vivo.
Talvez imaginasse que estivesse maluco, maluco maluco, gordo dos comprimidos e sempre em clínicas. Talvez imaginei que se tivesse matado.
E gostei de o ver vivo.