3.11.07

O segundo exacto (1)

Perguntei quando é que ele apanhava a fruta que cultivava, nem me lembro bem qual era. Ignorante agrícola, imaginei que fosse em determinada «estação», ou coisa assim vaga. Ele explicou que apanhava a fruta na manhã do segundo dia da terceira semana do mês tal. Se fosse um bocadinho mais cedo, garantiu, era demasiado cedo. Se fosse um nadinha mais tarde, já nem valia a pena.

Aquilo a que chamamos «meter conversa» (com um/a desconhecido/a) é um ofício muito semelhante. Há um momento exacto: um segundo antes ou depois e é um esforço inútil.