No Público de hoje, faço, tarde e a más horas, a evocação de Julien Gracq:
Julien Gracq ficou conhecido pelas suas recusas. Recusou o prémio Goncourt atribuído ao romance Le Rivage des Syrtes (1951), fiel ao que tinha escrito no implacável panfleto La Literature à l’estomac. Recusou o mediatismo, e nunca aceitou participar no famoso programa televisivo de Bernard Pivot. Recusou integrar o séquito intelectual do presidente Mitterrand. Recusou o bulício parisiense, vivendo na pacata Saint-Florent-le-Vieil, em Angers. Foi durante décadas professor de História num liceu. Beatificamente ignorado pelas massas, era apesar disso o único escritor francês vivo incluído na canónica Bibliothèque de la Pléiade. Morreu em finais de 2007, com quase cem anos.(...)
Julien Gracq ficou conhecido pelas suas recusas. Recusou o prémio Goncourt atribuído ao romance Le Rivage des Syrtes (1951), fiel ao que tinha escrito no implacável panfleto La Literature à l’estomac. Recusou o mediatismo, e nunca aceitou participar no famoso programa televisivo de Bernard Pivot. Recusou integrar o séquito intelectual do presidente Mitterrand. Recusou o bulício parisiense, vivendo na pacata Saint-Florent-le-Vieil, em Angers. Foi durante décadas professor de História num liceu. Beatificamente ignorado pelas massas, era apesar disso o único escritor francês vivo incluído na canónica Bibliothèque de la Pléiade. Morreu em finais de 2007, com quase cem anos.(...)