8.4.08

Now we take Stockholm



Dylan deu a volta por cima. Tudo começou em 1997 com o início da trilogia que incluiu Time Out of Mind, "Love and Theft" e Modern Times. Houve o superlativo hino céptico «Things Have Changed». Tivemos o seco e impecável primeiro volume de Chronicles. E uma nova geração conheceu o homem através do documentário de Scorsese e do filme de Todd Haynes. Agora os prémios já não são apenas musiciais: são de «relevância cultural». Em 2007, o Príncipe das Astúrias. E em 2008 um Pulitzer especial «for his profound impact on popular music and American culture, marked by lyrical compositions of extraordinary poetic power». Depois de duas décadas de insucessos, Dylan voltou à excelência e ao reconhecimento. Sobreviveu a crimes inomináveis: a conversão evangélica, o «reaccionarismo» estético, o menosprezo pela mitologia «sixties», as gravatinhas texanas. Faz o que lhe apetece, como sempre fez. Agora, falta tomarmos Estocolmo.