O tonto-tropicalismo
Entre os argumentos mais tontos dos acordistas, um deles apareceu com a sua especial histeria. É aquilo a que Vasco Graça Moura chamou o «tonto-tropicalismo». Há um contigente de intelectuais e outros cidadãos que vivem em adoração pelo Brasil e adoptam a regra bacoca de que «o Brasil tem sempre razão». Nos nossos jornais, os discos brasileiros, por exemplo, são todos óptimos. Como o Acordo é tido como um bom negócio para o Brasil, os nossos tonto-tropicalistas vieram todos gritar a plenos pulmões pelo Acordo, coisa que não preocupava nenhum cidadão nacional. O argumento é de que a língua não é nossa, porque a antiguidade não conta nada. É claro que a antiguidade não conta nada: mas a quantidade também não conta nada. A língua portuguesa é de todos os falantes da língua: não é nossa por sermos mais antigos nem dos brasileiros por serem mais numerosos.