Elogio da preguiça
Li 3 dos 8 romances que Albert Cossery (1913-2008) escreveu: Les fainéants dans la vallée fertile (1948), Mendiants et orgueilleux (1955) e La violence et la dérision (1964), todos em edição portuguesa da Antígona. O escritor franco-egípcio era uma espécie de «anarquista elegante», cronista dos meios destituídos do Cairo ou dos dandies que são igualmente «proscritos» da sociedade. O seu estilo é de uma invejável limpidez. Em vez da estridência natural nos revoltados, Cossery cultivou o tom lúcido e irónico dos aristocratas. Inimigo da «produção» e do «consumo», deixou um elogio da preguiça que bate Lafargue aos pontos.