17.6.08

Românticos

O «romantismo» tem uma estranha conotação «feminina». Talvez noutros tempos isso fizesse sentido, por causa do gigantesco universo das leitoras de romances. Hoje, numa grande cidade, as mulheres são gélidas. Acima de determinada «classe social», nenhuma mulher se aventura em arroubos sentimentais. Em compensação, conheço dúzias de homens perdidamente românticos, miseráveis, fungantes, tremendistas, encostados à parede com Yeats e bebidas espirituosas.

Fiquei reconfortado quando encontrei a mesma experiência (com sotaque irlandês) em Monster (2004), espectáculo ao vivo do impagável Dylan Moran (Black Books):



«Não quero fazer grandes generalizações sobre as mulheres. Não estou aqui para isso. Acho de mau gosto. Só digo isto: elas não têm sentimentos.

Porque na verdade os homens é que são românticos. Os homens é que dizem coisas como:

"Conheci uma pessoa. Ela é fantástica. Se eu não fico com ela, estou fodido. Não aguento mais. A sério. Ela transformou completamente a minha vida. Tenho um emprego, uma casa; e tudo isso já não vale nada. Não aguento mais. Tenho que estar com ela. Porque senão acabo entrevado, alcoólico e com umas calças piolhosas. E nunca mais saio à rua".

Ora isto é o que as mulheres dizem sobre
sapatos».