O corpo avisou
Há uma inteligência do corpo que eu descurei, tão inimigos somos. O corpo não é apenas uma figura estética mas também uma entidade orgânica e somática. E tem uma inteligência que eu nem sequer conhecia.
Senão vejamos. As coisas corriam francamente bem quando eu entrei em ameaça de colapso. Literato e «psicologista» , imaginei que fosse uma reacção negativa da mente (ou da «alma» ou do «inconsciente»). Na verdade, era uma reacção benéfica do corpo. Enquanto a «mente» (ou alma ou o inconsciente), embarca em ilusões ideológicas, o corpo reage sempre com pragmatismo. Aquele sinal aparentemente «negativo» era um aviso: «vamos ficar por aqui».
Porque é que o corpo me avisou «vamos ficar por aqui?». O corpo devia procurar a satisfação dos seus instintos e estar mais entusiasmado que apreensivo. Mas o meu corpo detectou (e eu não) algo de semelhante ao «muro dos nadadores». O «muro dos nadadores» é aquele patamar de resistência que o nadador de longo curso não consegue ultrapassar, ainda que acredite que sim. Quando atinge certa distância, há uma barreira invisível que impede que ele prossiga. Não é apenas «cosa mentale»: é a materialização dos seus limites.
Quando eu cheguei ao meu limite, tive um aviso evidente, que achei estúpido ou masoquista. Quando era o contrário disso: inteligente e apostado na auto-defesa. O corpo, no seu funcionamento interno que ignoro e temo, enviou sinais físicos estridentes. Era altura de recuar. Claro que eu podia continuar, se tivesse capacidade para isso (e tive), mas estava avisado: ia ser devorado pelos tubarões.
E depois apareceram os tubarões.
Senão vejamos. As coisas corriam francamente bem quando eu entrei em ameaça de colapso. Literato e «psicologista» , imaginei que fosse uma reacção negativa da mente (ou da «alma» ou do «inconsciente»). Na verdade, era uma reacção benéfica do corpo. Enquanto a «mente» (ou alma ou o inconsciente), embarca em ilusões ideológicas, o corpo reage sempre com pragmatismo. Aquele sinal aparentemente «negativo» era um aviso: «vamos ficar por aqui».
Porque é que o corpo me avisou «vamos ficar por aqui?». O corpo devia procurar a satisfação dos seus instintos e estar mais entusiasmado que apreensivo. Mas o meu corpo detectou (e eu não) algo de semelhante ao «muro dos nadadores». O «muro dos nadadores» é aquele patamar de resistência que o nadador de longo curso não consegue ultrapassar, ainda que acredite que sim. Quando atinge certa distância, há uma barreira invisível que impede que ele prossiga. Não é apenas «cosa mentale»: é a materialização dos seus limites.
Quando eu cheguei ao meu limite, tive um aviso evidente, que achei estúpido ou masoquista. Quando era o contrário disso: inteligente e apostado na auto-defesa. O corpo, no seu funcionamento interno que ignoro e temo, enviou sinais físicos estridentes. Era altura de recuar. Claro que eu podia continuar, se tivesse capacidade para isso (e tive), mas estava avisado: ia ser devorado pelos tubarões.
E depois apareceram os tubarões.