18.8.08

O meu Agosto 2008

O MELHOR



- Anton Tchekhov/Nuno Cardoso (um Platónov patético, no sentido elevado da palavra, e que merecia um público mais subtil)

- George Orwell (cujos diários estão agora online como se fossem um blogue, para grande chateação de todos os que garantem serem blogues e diários géneros irrelevantes)

- Tom Stoppard (continuo a ler o teatro completo do mais britânico dos checos e mestre incontestável da comédia intelectual)

- Lindsay Lohan (poster-girl do lesbianismo estético)

- Elodie (como sempre irrepreensivelmente elegante e ladina)

- The Black Angels (psicadelismo escuro para ouvir em situações escuras tais como consumir drogas, foder ou andar de carro à noite; eu ouvi o disco, adivinharam, a andar de carro à noite)

- Franz Ferdinand (apenas um bocadinho, e via telemóvel, mas thanks a bunch)

- Pablo Aimar (o meu reino por um número 10)

O PIOR



- a mentalidade do «escândalo sexual» que agora apanhou John Edwards (escândalo seria ele engravidar alguém e recusar assumir a paternidade, mas é a própria mãe da criança quem não aceita testes de ADN)

- Berlusconi, o Casto, que tapou um mamilo duma pintura de Tiepolo («questo assurdo, folle, patetico, comico, inutile ritocchino», segundo Vittorio Sgarbi)

- os protestos contra o mamilo da divinal Eva Mendes (sendo que Eva Mendes já mais que ganhou o seu lugar no «melhor» de 2008)

- as revistas «sociais», que inundavam as esplanadas à minha volta (e o miserável jet-6 português)

- as novelas portuguesas (que papei durante uma semana, num death wish explicável pela avaria do meu DVD portátil)

- os «especialistas» em assuntos de polícia (lançando gasolina ao fogo)

- os colunistas políticos, que dizem sempre exactamente aquilo que estamos à espera que digam (no caso do assalto ao banco, só João Miranda surpreendeu, os outros cumpriram o seu guião ideológico)

- o Expresso, que teve este lapso horrendo: « (…) o cardeal-patriarca de Lisboa, D. Januário Torgal Ferreira (…)» (pensei logo em ir oferecer-me ao xeque Munir)