25.8.08

A santidade do casamento

Concordei com o veto presidencial à lei do divórcio. E apanhei logo com o epíteto de «conservador». Tendo em conta que sou de facto um conservador, não percebi a «acusação». E achei o pretexto insólito, uma vez que eu nunca fui um entusiasta da instituição casamento. Os conservadores invocam a «santidade» do casamento. Eu disse que o casamento civil é apenas um contrato. Um contrato que deve ter regras minimamente sérias, as quais justificam a existência autónoma da figura. Isso implica seriedade também no momento do dissolução, incluindo a penalização do incumprimento culposo. Concordo em absoluto que se facilite o divórcio aos casais sem filhos menores de idade. O casamento não «serve» para a procriação; mas o Estado protege o casamento acima de tudo por causa da propagação da espécie e do sustento e educação dos filhos. Quando não há crianças, o Estado que esteja quietinho. Mas isso não significa que quem incumpriu o contrato se possa eximir às suas responsabilidades. Isso também já me parece «santidade» a mais.