18.9.08

As massagens

Sempre tive uma ideia lasciva do conceito «massagem». Ainda não sabíamos que «massagem» era uma palavra de código e já eu e os meus primos adolescentes usávamos o termo «coçanço» para designar uma massagem dorsal ambígua. Uma daquelas que «sabemos como começam e não sabemos como acabam». E eu trauteava «do you have a vacancy for a backscrubber?». Anos depois, a discussão passou das costas aos pés, com o imortal diálogo tarantinesco sobre «foot massage». Entretanto, a minha coluna infame exigiu cuidados. Tentei massagens terapêuticas, massagens relaxantes e mesmo massagens com final feliz. Gostei sobretudo das terapêuticas, executadas pela inesquecível «dra. Andreia», uma miúda ladina que se punha em cima de mim com o joelho esquerdo dobrado e prometia entre duas risadas: «vamos lá fazê-lo estalar». E eu estalava.