17.9.08

Duas dinamarquesas desabotoadas

A Time Out, em simpático understatement, chama-me «um céptico da noite de Lisboa». É a propósito da «reportagem» sobre o Lux que escrevi a convite da revista e que vem na edição que chegou hoje às bancas.

« (...) Quando desci, eram 3 e tal da manhã, estava 1 pessoa no meio da pista, um estrangeiro de blusão castanho surrado, que praticava uma dança que consistia em apontar para vários sítios aos sacões, como se fosse um deputado com Tourette. À volta, nada de especial, miúdas com unhas mal pintadas encostadas ao balcão à espera de um engate, tipos de cabelo rapado com borbulhas no pescoço, uma finalista de um curso de Bolonha com uma combinação, um sósia de metade dos ABBA com uns chinelos 45. A «música», como sempre nestas circunstâncias, era no essencial um programa informático em loop. Ninguém avançava para o meio do salão, que estava mergulhado em luzes carmim e com uns grandes projectores redondos de luz encadeante comprados nuns saldos da Stasi. Voltei para cima e fui para a varanda, espreitando duas dinamarquesas que chegavam de táxi, meio desabotoadas (...)».