Uma resposta à pergunta «por que escreve?»
«Não me reconhece?», pergunta o taxista dois minutos depois de eu entrar no táxi. Não o reconheci. «Sou o taxista apaixonado», explica. Foi identificação bastante. Há uns dois anos apanhei um taxista que me contou que estava muito apaixonado e que precisava urgentemente de bibliografia. Achei graça, sugeri uns títulos e desejei boa sorte. Nessa noite, contei o episódio no blogue. O texto foi republicado no meu livro Prova de Vida, que o taxista me diz que encontrou por acaso numa livraria. Folheou-o e deu logo com a história do «taxista apaixonado». Comprou o livro. E ontem disse-me: «Mais ninguém sabe que sou eu que estou naquele texto, mas eu sei que sou eu».