E na doença
Os votos de casamento incluem um compromisso que parece estranho: «na saúde e na doença». É estranho na medida em que as pessoas são geralmente mais acarinhadas quando estão doentes do que quando estão saudáveis. É como se os doentes gozassem de uma espécie de moratória. Então porquê essa exigência nupcial? Talvez porque «a doença» é apenas uma das manifestações da fragilidade do outro. O que se pede é que aceitemos a fragilidade do outro, que é igual à nossa. Quem se vai embora perante uma doença não recusa apenas o sacrifício, mas a própria ideia de fragilidade.