Depois do fim do tempo
No Quatuor de Messiaen não é tanto a vivacidade imprevisível do clarinete que me impressiona (um clarinete que é pássaro e anjo), mas sobretudo os louvores lentíssimos do quinto e oitavo andamentos, Louange à l’Éternité de Jésus (violoncelo) e Louange à l’Immortalité de Jésus (violino). Talvez porque Messiaen consiga transformar o sofrimento em alegria, e isso só se consiga com o tempo, ou depois do fim do tempo.