23.5.07



E agora, se me dão licença, vou ali à Nova Europa e já venho.

O duelo amável

Um combate leal, quase aristocrático, entre o desejo e a ternura.

Protocolo

É como se ela dominasse as regras do protocolo. Nem um passo a mais ou menos, nenhum dito impróprio, o traje adequado, as prioridades, quem se senta onde, a distância, os cumprimentos, a subtileza, a gestão educada dos silêncios, a elegância nos gestos, uma delicadeza que nunca é altivez.

A escala Warhol (2)

O entretém «A escala Warhol» teve alguma resposta nos blogues e mais alguma na caixa de correio. A ideia não era tanto comparar as pessoas famosas que cada um conheceu (um exercício pateta), mas dar conta da frustração que é conhecer uma «celebridade». Eles não têm nada para nos dizer, nós só temos patacoadas e clichés. Entre os mails que recebi, houve relatos de alguns bacalhaus e autógrafos avulsos a estrelas mundiais, encontros geralmente decepcionantes ou problemáticos com escritores nacionais e também uma leitora a quem Pedro Santana Lopes galou as pernas.

Sobre o facto (essencial) de não sabermos absolutamente nada sobre as «celebridades», por mais «factos» que conheçamos, deixo por sugestão de dois leitores um poema de Auden, de 1934, chamado «Who’s who»:

A shilling life will give you all the facts:
How Father beat him, how he ran away,
What were the struggles of his youth, what acts
Made him the greatest figure of his day;
Of how he fought, fished, hunted, worked all night,
Though giddy, climbed new mountains; named a sea:
Some of the last researchers even write
Love made him weep his pints like you and me.


With all his honours on, he sighed for one
Who, say astonished critics, lived at home;
Did little jobs about the house with skill
And nothing else; could whistle; would sit still
Or potter round the garden; answered some
Of his long marvellous letters but kept none.

21.5.07

Women seeking men

Attractive writer, Oxford graduate, 39, seeks gentleman of intellect, culture and traditional values, must be kind, interested in politics and soundly right wing

[dos anúncios amorosos da Spectator, citado por Marcello Duarte Mathias no seu Diário de Paris] (para FMS)

A luz indecisa



Carrie-Anne Moss é uma beleza canónica: graça, equilíbrio e harmonia. Os traços vincados da boca e a luz indecisa dos olhos fazem com que ela esteja sempre entre a tristeza e a beatitude. E isso também faz parte da definição.

O processo

O que é mais notável em Zodiac é a estratégia narrativa. David Fincher abdica de toda a espectacularidade e põe o acento tónico no processo. Zodiac não é um whodunit mas uma investigação na sua faceta mais burocrática. Os filmes com assassinos em série escolhem quase sempre a dimensão demoníaca; Fincher, pelo contrário, analisa essencialmente os aspectos demorados, fastidiosos, inconclusivos. Poucas vezes se viu uma investigação tão longa num filme, com tantas legendas temporais que sinalizam um processo interminável. É isto também que é um processo policial (ou judicial): um amontoado de pistas e provas, de dúvidas e suspeitas. Já em Se7en a personagem de Morgan Freeman explicava que a polícia não descobria nada mas se limitava a abrir e arquivar ficheiros; Zodiac é o expoente máximo dessa investigação como «paperwork», pastas e pastas de papéis que se amontoam e talvez não nos deixem mais perto da verdade. Fincher, em The Game, demonstrou como a verdade (e a ilusão) são conceitos escorregadios; aqui, faz a anatomia do «due process», que procura a verdade mas não consegue a justiça. Não é por acaso que surge uma alusão a Dirty Harry, filme que menciona o caso «Zodiac» (chamando-lhe «Scorpio»). Se o inspector Harry conseguia a «justiça» é porque seguia a lógica do «vigilante» e detestava «processos» (nos dois sentidos da palavra). É por isso que Harry era, como então se dizia, «fascizante»: porque dispensava as regras básicas das sociedades democráticas, que são regras processuais. Em Zodiac, o «processo» é um entrave, uma obsessão, um empecilho, mas é a regra que todos (mesmo o amador armado em detective) aceitam. Não é por acaso que o filme se centra no mais processual e menos espectacular dos meios de prova: a prova grafológica. Fincher não chega ao ensaio filosófico sobre «a verdade» (como no magnífico The Conversation, de Coppola) mas realiza um dos melhores estudos que conheço sobre «o processo». Zodiac é menos um filme sobre o crime que um filme sobre as regras. As regras estritas ou ambíguas, mas sempre as regras, que se acumulam em anotações, relatórios, dossiês, caixas, arquivos. O crime é algo bastente simples na sua brutalidade. A justiça, essa, tem a lentidão e a fragilidade de tudo aquilo que se guia por um processo porque acredita que é o processo que a distingue do crime.

20.5.07

Mexia info

Quem tem dúvidas sobre Mexia encontra todas em respostas em www.mexiainfo.com

19.5.07

Só às vezes

Quanto tempo mais. Já não muito.
Porquê tanto tempo já. Não sei porquê.
Não terminará nunca. Não perguntes.
Nunca terminará. Para quê perguntar.

Falo sempre contigo,
mas já não com amabilidade,
tenho demasiadas perguntas.
Também sobre o teu paradeiro.
E onde estiveste nos anos comuns.
Com quem falaste,
quem estrangulaste, a quem pediste,
a quem gritaste.

Eu estive à tua disposição.
muitas vezes tive medo, mas expulsava
os meus receios com o amor, nem sequer
me atemorizei nas tuas mãos,
só às vezes, e sempre demasiado tarde.




Ingeborg Bachmann (1926-1973), da colectânea póstuma Ich weiβ keine bessere Welt / Não sei de nenhum mundo melhor (2000). Versão: PM

Das duas

Das duas duas, f.

A cabeleireira Janet

Do Público de ontem (texto de Alexandra Lucas Coelho):

Por exemplo, a cabeleireira Janet, [diz] no [jornal] escocês The Scotsman: "Ele [Mourinho] é tão arrogante. Adoro-o. Respira poder e autoridade."

Ou de como as cabeleireiras e as betas são almas gémeas.

Foreplay

For Tobey, desperation is foreplay.

«Elaine» (Maggie Gyllenhaal) sobre o seu namorado Tobey (Billy Crudup), no pateta mas divertido Trust the Man (2006)

17.5.07

As flores que te tinha dado

I stumbled to my feet.
I rode past destruction in the ditches
With the stitches still mending 'neath a heart-shaped tattoo.
Renegade priests and treacherous young witches
Were handing out the flowers that I'd given to you.


BD

Vida social

Não é que eu seja anti-social. Mas detesto hipocrisias. E a vida social de quem detesta a hipocrisia fica muito limitada.

Não o vi

Avançava na minha direcção, para me cumprimentar. Fingi que não o vi. Eu tenho relações cordatas com várias pessoas que publicamente me detestam. Mas pessoas que elogiam pela frente e atacam pelas costas não merecem sequer o esforço de uma hipocrisia.

La France nouvelle (3)

Zapatero e Sarkozy. Ideias sobre o mundo, convicções arreigadas, determinação nos objectivos, medidas concretas. Esquerda e direita. É isso que me interessa na política. O resto são comissões administrativas.

La France nouvelle (2)

Hoje, no duche, cantei A Marselhesa.

16.5.07

Hawks, Godard, Fellini, Allen, Coppola, PT Anderson
















(clique para aumentar)

Protocolo de Quioto

Jacques Chirac já não é presidente da França.

15.5.07

Ryan Gosling (3)



Finalmente surgiu competição. Há já alguns anos que Edward Norton dominava sem rivais credíveis o panorama das novas estrelas masculinas americanas. De repente, com Half Nelson e Fracture, Ryan Gosling mostrou que é um forte candidato ao pódio. No magnífico Half Nelson, Gosling fazia de liberal pedrado e confuso, com ideias muito veementes sobre o mundo e com um mundo pessoal em estilhaços. Ao longo do filme ele era discreto, terno, violento, teórico, sonolento, de uma justeza de tom que não se vê todos os anos. No mediano Rupture, Gosling vira do avesso o estereótipo do jovem advogado ambicioso e com poucos escrúpulos, assumindo tiques displicentes, uma lentidão sulista minuciosamente calibrada, um charme feito de olhares de carneiro mal morto e de vogais arrastadas. Ryan Gosling nasceu em 1980, na Canadá, foi educado como Mormon e é namorado de Rachel McAdams.

Ryan Gosling (2)

Fracture é um thriller competente e esteticamente agradável, com um set design bestial e dois actores excepcionais (mesmo se Anthony Hopkins anda a fazer de Hannibal há tempo demais). Mas é também um dos mais curiosos filmes jurídicos dos últimos tempos, cheio de espertezas legais, de carreirismos de grande escritório, de invertebrados promissores, do status sexual que vem com o sucesso, do combate entre uma ética «pública» e uma ética «privada» na justiça. Como quase todos os exercícios pertinentes sobre o Direito, Fracture parece ter sido concebido por pessoas com contas a ajustar com aquilo que estudaram na faculdade. Como eu os entendo.

Ryan Gosling (1)

JOE LUBRUTO: You belong here.

WILLY BEACHUM: With all due respect, I didn't work this hard to stay where I belong.

[O procurador-geral (David Straithairn) e o jovem advogado (Ryan Gosling) em Fracture (2007), de Gregory Hoblit]

14.5.07

Prémio Se Cristo cá viesse votava no CDS



Ramos-Horta a votar nas eleições presidenciais

A prova

Desde que me converti à ciência (aliás por razões não muito agradáveis), tenho lido livros de divulgação fascinantes. O mais recente foi What We Believe But Cannot Prove (2005), editado por John Brockman, responsável pelo site Edge. Neste pequeno volume, dezenas de prestigiados cientistas e outros intelectuais confessam as suas convicções mais inconclusivas. Questões de comportamento infantil, funcionamento da linguagem, mistérios da astronomia ou vida depois da morte.

Curiosamente, eu não me consigo lembrar de nada em que acredite e que consiga provar. É verdade que acredito em pouquíssimas coisas, mas são tudo convicções íntimas e algumas francamente improváveis. Admito mesmo que acredite apenas em coisas que não existem.

Memento



A reportagem mais original que vi nos últimos tempos, em homenagem a The Pillow Book e Memento (e a musiquinha género Jacques Tati é um mimo).

13.5.07

E tudo o capitalismo levou

The most beautiful thing in Tokyo is McDonald's. The most beautiful thing in Stockholm is McDonald's. The most beautiful thing in Florence is McDonald's. Peking and Moscow don't have anything beautiful yet. (Andy Warhol)

A escala Warhol

Não tenho especial fascínio pela celebridade, mas tenho um grande fascínio pelas pessoas que têm um fascínio pela celebridade. As que julgam a sua vida pela sua agenda telefónica.

Eu tenho conhecido algumas celebridades nacionais, confesso que sem grande entusiasmo. Mas continuo com um défice enorme em celebridades internacionais. Ou seja, estou muito por baixo na escala Warhol.

Que me lembre, apertei a mão e troquei duas frases com as seguintes personalidades:

Martin Amis
Paul Auster
Lloyd Cole
Hal Hartley
Seamus Heaney
Clive James
Terry Jones
Irving Kristol
David Lodge
Mario Vargas Llosa

Sendo que só um desses encontros (com Seamus Heaney) é que foi memorável (já o contei várias vezes).

Amis perguntou se todos os portugueses se chamavam Pedro (tinha acabado de assinar um livro ao meu amigo Pedro Lomba). Auster foi muito amável. Cole achou curioso que eu gostasse da canção «29» e acrescentou «And now I'm almost 39». Com Hartley falei quase uma hora (para uma entrevista) e ele elogiou as mulheres portuguesas. Clive James perguntou se eu o queria traduzir, embora estivesse traduzido «na Argentina». Terry Jones (dos Monty Phython) achou graça ao nome «Mexia», que repetiu. David Lodge perguntou: «so you’re a catholic, then?». Kristol considerou uma pergunta algo esquerdista. E Mario Vargas Llosa, muito solene, disse apenas um «mucho gusto» imperial.

Leitores que queiram partilhar a sua escala Warhol podem escrever para o mail lá em cima.

O Murakami

Como se explica que um escritor japonês passe num ápice de desconhecido a quase autor de culto? Haruki Marakami, estimável ficcionista pop erudito, tornou-se um inesperado fenómeno nas livrarias portuguesas. Rapariguinhas mesmo nada literatas perguntam com entusiasmo umas às outras «já leste o último do Murakami?» como se comessem Mishima ao almoço, Endo ao lanche, Kawabata ao jantar e Kobo Abe à ceia. «O japonês» em pouco tempo virou «o Murakami». E é porque «o Haruki» não dá jeito.

Não tenho nada contra este sucesso, muito pelo contrário; só não compreendo o segredo do sucesso.

Mas isso já vossas excelências tinham percebido.

12.5.07

Climas



you change with the weather
with the weather
and this is the rain

Homenagem ao «Blitz»

Procuro. Rapariga pálida, de cabelo preto e maçãs do rosto memoráveis, vestia um top cinzento, estava este sábado na FNAC do Chiado, trazia nas mãos dois livros de Robert Walser e encomendou filmes de John Cassavetes. Resposta a este blogue.

Homenagem a Vergílio Ferreira

Da minha língua vêem-se os molares, os caninos e os incisivos.

Homenagem a Anna Nicole Smith

A malograda Anna Nicole Smith talvez fosse uma daquelas beldades Playboy no que elas têm de mais grotesco. Mas a verdade é que ela andou no Mexia High School, em Mexia, Texas. Que é uma coisa que, convenhamos, dá algum prestígio.

O romântico e o feroz

Cesário Verde fala na oposição entre o «romântico» e o «feroz». A sua opção pelo «romântico» em detrimento do «feroz» mostra que ele não tinha vida sexual.

SMS

Pior do que mandar mensagens às pessoas erradas só mesmo mandar mensagens erradas às pessoas certas.

11.5.07

You can't handle the truth




JESSEP: You want answers?

KAFFEE: I think I'm entitled to them.

JESSEP: You want answers?

KAFFEE: I want the truth!

JESSEP: You can't handle the truth!

(Tom Cruise e Jack Nicholson em A Few Good Men (1992), de Rob Reiner)

Desistência

De uma amizade desiste-se. Do amor, temos que esperar que ele desista de nós.

De amiticia (3)

As pessoas mudam, nada sobrevive muito tempo, durante anos imaginámos que a amizade durava mais que o amor.

De amiticia (2)

Um verdadeiro amigo concorda sempre quando dizemos mal de nós próprios.

De amiticia (1)

Uma conversa tristíssima, uma nuvem negra como pragas do Egipto, e sem aviso prévio, sem piedade, deixando a boca amarga e o coração vazio e a alma inexistente.

9.5.07

Nunca jantaria

Nunca jantaria em casa duma pessoa que diz «densidade espermática».

La France nouvelle (1)



A actriz Eglantine Rembauville

Invísivel esta noite

Sou invisível esta noite
só algumas mulheres tímidas me vêem
em todos os meus odiosos dias de visibilidade
ansiei pelo sorriso delas
agora elas debruçam-se dos seus merdosos
planos-para-logo-à-noite
para que nos saudemos uns aos outros.
Irmãs
irmãs do meu povo destroçado
que seguem amantes de terceira escolha
elas sorriem para mim dizendo
que nunca nos encontraremos
enquanto permitirmos que
continue este estado de coisas
em que somos nós os miseráveis

Leonard Cohen

(trad. PM)

8.5.07

Confirmar as suspeitas

Se há coisa que odeio é «confirmar as minhas suspeitas». Só «suspeitamos» de coisas más. Eu «suspeito» de muitíssimas coisas. E confirmo quase todas. Se há coisa que odeio é isso.

7.5.07

O Estado Civil atingiu as 500 mil visitas. Much obliged.

Sarko (2)

Depois de Zapatero, Sarkozy é o segundo líder ideológico eleito em poucos anos, contrariando o «centrismo» e as meias-tintas dominantes. Foi surpreendente ouvir um candidato às presidenciais francesas dizer que quer combater o legado do Maio de 68. E ainda mais surpreendente ouvir o presidente eleito dizer «os nossos amigos americanos» e ser imediatamente ovacionado. Tempos novos, sem dúvida.

Sarko

O «gaullismo» durou demasiado tempo. Ultimamente, era pouco mais que um bonapartismo muito serôdio e ridiculamente solene. Com a eleição de Nicolas Sarkozy, a França corta enfim com o gaullismo. Sarkozy ainda mantém uma retórica de grandeza e autoridade, mas abraçou ideias novas ou esquecidas. Desde logo, é um liberal, coisa que De Gaulle nunca foi. O seu programa político conjuga valores conservadores (trabalho & propriedade) e liberais (menos impostos, menos poder sindical). A sua política externa é europeísta mas prudente (não quer a «Constituição» mas sim um novo tratado, renegociado e menos ambicioso) e decididamente atlantista (ao contrário da tradição gaullista). Além disso, Sarkozy mostrou que os temas da imigração e da segurança não são monopólio dos sectores radicais, nem reclamam uma resposta radical, embora exijam uma resposta. Mais do que uma derrota da «esquerda», a vitória de Sarkozy foi a derrota definitiva do tardo-gaullismo. É isso que torna este Maio de 2007 numa data histórica.

6.5.07

As any other kind of great writing

The sense of possibility that their best songs contain, the possibility that a 'simple' pop song could be as potent and as intimate, as literate and as allusive, as any other kind of great writing.

Sean O'Hagan, no Observer, sintetizando a relevância cultural dos Smiths

4.5.07

Bolonha, Maio 2007



Sandro Botticelli era um pintor naturalista.

1.5.07

«A rejeição», de Franz Kafka

Quando encontro uma rapariga atraente e lhe peço «vem comigo» e ela continua o seu caminho em silêncio, o que ela pretende dizer é isto:

«Não és nenhum duque com um nome respeitável, não és nenhum índio Americano com ombros largos e possantes, com olhos calmos e impassivos, com a pele tisnada pelo ar das pradarias e dos rios que as atravessam, nunca foste aos grandes lagos, nem os atravessaste, seja onde for que eles existam. Portanto porque é que uma rapariga bonita como eu havia de ir contigo?».

«Esqueces que nenhum automóvel te transporta oscilando pelas ruas em potentes impulsos; não vislumbro nenhum séquito de cavalheiros de libré ao teu serviço, murmurando bençãos enquanto te seguem num semicírculo pedante; os teus seios estão bem acondicionadinhos no teu espartilho, mas as tuas ancas e coxas compensam a sua parcimónia; usas um vestido de tafetá com pregas plissadas do género dos que nos deliciavam no outono passado, e – embora uses estas roupas como quem ameaça – ainda assim não hesitas em lançar-nos um sorriso de tempos a tempos».

«Temos ambos muita razão, mas antes que fiquemos irremediavelmente persuadidos desse facto, acho melhor irmos já cada um para sua casa».


(versão PM)